Sete candidatos ao governo do Distrito Federal participam de debate
TV Bandeirantes reuniu Miragaya (PT), Fátima Sousa (Psol), Rogério Rosso (PSD), Ibaneis (MDB), Alberto Fraga (DEM), Rodrigo Rollemberg (PSB) e Eliana Pedrosa (Pros).
Por G1 DF
Sete candidatos ao governo do Distrito Federalparticiparam de um debate na TV Bandeirantes na noite da última quinta-feira (16).
Este foi o primeiro encontro dos postulantes ao Palácio do Buriti após o registro das candidaturas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF). O debate mediado pelo jornalista Rodrigo Orengo durou cerca de 2 horas e 10 minutos e terminou na madrugada desta sexta (17).
Os candidatos ficaram posicionados na seguinte ordem (da esquerda para a direita), definida por sorteio: Miragaya (PT), Fátima Sousa (Psol), Rogério Rosso (PSD), Ibaneis (MDB), Alberto Fraga (DEM), Rodrigo Rollemberg (PSB) e Eliana Pedrosa (Pros).
O debate teve cinco blocos. No primeiro, todos tiveram de responder sobre os planos para o Centro Administrativo de Taguatinga – inaugurado no fim de 2014, mas jamais utilizado. No segundo, no terceiro e no quarto, fizeram perguntas entre eles. No último, tiveram espaço para as considerações finais.
Veja o que os candidatos disseram, em ordem cronológica:
Centro Administrativo de Taguatinga
Eliana Pedrosa (Pros) afirmou que, para o complexo, "nós levaremos policlínicas, faculdades de saúde, a Secretaria de Saúde, e queremos ampliar outros cursos, como nutrição, fisioterapia e outros cursos profissionalizantes".
O candidato à reeleição, Rodrigo Rollemberg (PSB), disse que o Centro Administrativo "se transformou num caso de polícia. Nós temos a investigação da Lava Jato, que envolve políticos importantes da cidade, e é importante a população saber que nosso governo não pagou nenhum real para o Centro Administrativo. Nós temos que primeiro resolver essa questão jurídica, essa questão legal, para depois buscar uma solução para aquele espaço".
Alberto Fraga (DEM) apontou que "depois de sanar esses problemas que realmente existem, a gente entende que tem de transformar aquilo numa universidade pública do Distrito Federal".
Ibaneis (MDB) concordou "com o governador [Rollemberg] quando ele diz que existe um imbróglio jurídico. Eu, como advogado experiente, certamente saberei resolver esse imbróglio jurídico, deixando que aqueles que estão envolvidos nos escândalos de corrupção respondam, perante à Justiça, pelos seus crimes. Para isso, existe Ministério Público e Judiciário. E vamos transformar ele [Centro] numa grande universidade, que vai servir a toda a sociedade".
Já Rogério Rosso (PSD) afirmou que "uma vez resolvidas as pendências jurídicas, as pendências técnicas, juntamente das autoridades competentes, do Ministério Público, primeiramente, é entender que hoje o Distrito Federal paga milhões e milhões em aluguéis. O que a gente puder transferir para lá, vamos certamente economizar. E também, essa ideia de fazermos a faculdade pública do Distrito Federal não só ali, mas em todas as cidades, dentro das escolas, é uma excelente ideia e vamos cumprir".
Fátima Sousa (Psol) disse que esteve no local e que "de fato, o centro precisa urgentemente de ter uma utilidade, a despeito de estar na Justiça. Nós teríamos que ser mais rápidos, o governo deveria ter sido muito mais forte em acelerar esse processo, infelizmente não acelerou. Nós também vamos fazer uma universidade, mas, antes, nós precisamos levar todos os órgãos que pagam aluguéis caríssimos, para que possamos economizar os recursos do nosso estado".
Miragaya (PT) afirmou que é preciso "ter em conta que o Centro Administrativo demandou investimentos e grande vulto, e não pode ficar ocioso. Brasília tem uma concentração muito grande de emprego no Plano Piloto. Cerca de 45% dos empregos estão concentrados no Plano, que concentra apenas 7% da população do DF. Então, descentralizar as atividades para as regiões administrativas, para as cidades, é uma necessidade do Distrito Federal. Nós entendemos que aquele eixo de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia tem um 1 milhão de habitantes, e isso concorreria para essa descentralização. Não sendo possível esse processo, a gente tem que pensar em alternativas, por exemplo, como foi colocado aqui, de constituirmos a universidade pública do Distrito Federal como opção às vagas que a UnB já não atende".
Considerações finais
Ao fim do debate, cada um teve oportunidade de fazer as considerações finais. Veja abaixo o que disseram:
Miragaya (PT): "Como governador, juntamente com a minha vice-governadora, a Cláudia [Farinha], que é uma camponesa assentada na reforma agrária aqui no Distrito Federal, nós vamos governar para a maioria da população de Brasília, para a população mais pobre, aquela que mais necessita do Estado, aquelas regiões que têm o menor nível de renda. A gente precisa combater até o fim a extrema desigualdade que existe aqui no nosso território.
É inadmissível o grau de desigualdade que temos aqui em Brasília. A diferença de renda entre a região mais rica, que é o Lago Sul, e a mais pobre, que é a Estrutural junto com o Pôr do Sol e o Sol Nascente, é de 19 vezes. Se a gente considera o acesso ao ensino superior, essa diferença chega a ser de 130 vezes. Isso é inadmissível na capital da República, em pleno século 21.
Então, nós temos propostas para a solução desses problemas, focadas no fortalecimento do setor público e no respeito ao servidor público. A gente viu aqui nesse debate, diversos candidatos se posicionando de forma extremamente conservadora. Candidatos que estiveram, durante muito tempo, afinados com a política de Michel Temer, política de não respeito aos direitos sociais, de arrocho em relação aos gastos públicos. A gente propõe um caminho exatamente oposto, o caminho onde o setor público em Brasília vai ser fortalecido, e a população de baixa renda vai ser privilegiada. Vamos inverter a ordem das coisas aqui no Distrito Federal. O PT sempre teve protagonismo aqui no DF, e certamente nós vamos voltar a governar essa cidade, juntamente com o retorno do presidente Lula ao Palácio do Planalto."
Alberto Fraga (DEM): "Agradecer principalmente ao nosso eleitor que está aí cumprindo um dever cívico de acompanhar as propostas e ver quem está mentindo, quem está falando a verdade. Eu quero ser governador dessa cidade primeiro por ser morador daqui há mais de 50 anos, conheço bem a minha cidade e sei que a minha cidade precisa urgentemente ser recuperada. Eu quero resgatar a segurança pública que nós tínhamos, o atendimento médico que nós tínhamos nos hospitais e que hoje, infelizmente, nós vemos crianças morrendo nas filas dos hospitais.
Para isso, eu tenho um grande conselheiro, amigo e parceiro que está conosco, que é o nosso Jofran Frejat. Dizer a você, eleitor do Frejat, que confiava bastante nele, pode continuar confiando. Ele estará conosco nos ajudando, porque o partido dele e ele estão juntos conosco, nos ajudando a enfrentar esse grave problema da saúde no Distrito Federal.
Com relação aos 320 mil desempregados, nós vamos trazer as indústrias não poluentes, nós vamos fazer um reajuste no ICMS para as empresas que fugiram de Brasília, nós vamos buscá-las, trazê-las de volta, porque são elas que vão gerar emprego. Gerando emprego, a violência diminui. Isso é o básico, o óbvio, mas infelizmente o governo atual não se preocupou com isso.
Só pensou em gastar dinheiro com publicidade, em perseguir os evangélicos, derrubando igreja, derrubando a casa das pessoas, tirando o teto daqueles que sonharam. Não se orgulhe em entregar as escrituras não, governador, porque nós aprovamos a lei e o senhor foi contra. A lei que nós aprovamos, nós vamos regularizar inclusive a área rural, que é muito importante pra nós. Fiquem despreocupados."
Rodrigo Rollemberg (PSB): "Quando eu assumi o governo, tinha três objetivos: combater a corrupção, arrumar a casa e fazer investimentos que melhorassem a vida do nosso povo. Quando eu assumi o governo, tinham R$ 600 milhões em serviços prestados sem contrato. Não é sem licitação, é sem contrato. Lavanderia de hospital, caldeira, vigilância, limpeza, UTI.
Só para dar um exemplo, só num serviço, vigilância, nós fizemos licitação e tivemos uma economia de R$ 50 milhões por ano. Como são contratos de cinco anos, R$ 250 milhões em cinco anos. Como comparação, o Hospital da Criança custou R$ 106 milhões. Esse é o preço da corrupção que a gente tem que combater.
Arrumamos a casa. Hoje, no Distrito Federal, todos recebem em dia. Estados administrados pelos [partidos dos] candidatos aqui estão parcelando, atrasando salários. Aqui, todos recebem em dia. Imagine a minha alegria como governador de ver as crianças na creche, de ver o Bilhete Único, ver os catadores trabalhando com dignidade.
Mas eleitor, preste atenção, você viu um consórcio aqui. Aqui tem 50 tons de Temer, tem 50 tons de Arruda, e tem um consórcio que quer voltar ao passado. E eu nunca vi tanta demagogia, tanta irresponsabilidade.
Se for dar paridade, o mesmo aumento para a Polícia Militar que pra Polícia Civil, os aumentos dados pelo governo anterior, nós estamos falando de R$ 4 bilhões. Brasília quebra em seis meses. Eles não vão dar, primeiro, que não vão ganhar a eleição. Mas estão mentindo, e é importante que a população saiba disso. Nós vamos continuar governando com responsabilidade e no momento adequado, com casa arrumada, nós vamos dar os aumentos para os servidores públicos. Mas aqueles aumentos que são sustentáveis.
Ibaneis (MDB): "O que fica bem claro aqui nesse debate é que todos os que estão aqui fizeram parte, em algum momento, de algum governo que deu errado e colocou essa sociedade em prantos. A proposta nova tem que ser construída juntando todos os elementos da sociedade civil, para buscar resgatar essa cidade e devolver ela ao povo. O governo tem que ser feito para o povo, buscando suprir todas as suas necessidades.
Nós não temos aqui, claramente, um caminho dado nem pelo atual governador nem pelos candidatos que se colocaram aqui. Quero fazer essa construção, venho da sociedade civil organizada e conto com a sociedade civil para que enfrente todos os problemas do Distrito Federal.
Combate à corrupção: ninguém mais do que nós, advogados, sabemos da importância do combate à corrupção. No meu governo, corrupção não vai ter espaço. Nós já vimos aí vários envolvidos em combate à corrupção, inclusive alguns que se dizem de ‘mãos limpas’ e apareceram aí, esses dias, com as mãos um pouco enlameadas.
Nós temos que combater a corrupção sabendo com quem nós vamos governar, sabendo que os instrumentos têm que atuar em favor da sociedade. E vamos tratar de gestão pública porque eu, concluindo agora um mestrado em gestão e políticas públicas, entendo que os instrumentos de controle e efetividade é que trazem à população o melhor que ela merece. Então nós temos aqui, sim, uma proposta nova, uma proposta que traz o DF para uma realidade e para um patamar que a sociedade busca.
Eu acredito plenamente nisso, sou filho de Brasília, amo essa cidade e vou fazer essa campanha com muito amor e alegria, buscando levar aos moradores do DF essa alegria."
Eliana Pedrosa (Pros): "Quero agradecer especialmente ao meu vice de chapa, o Alírio Neto, e aos partidos da minha coligação que têm me ajudado a sonhar. Têm me ajudado a construir esse sonho, um sonho de uma Brasília mais harmônica, mais humana, moderna.
Quero agradecer imensamente por poder ter um sonho. Um sonho de que todas as nossas cidades tenham a mesma qualidade de vida aqui dos moradores do Plano Piloto, de Brazlândia a Planaltina. Quero sonhar, e sonho que nós teremos aqui uma Brasília mais inclusiva, mais fraterna, de paz. Uma Brasília que todos nós vamos perceber que o nosso caminho é o caminho da felicidade. É isso que eu desejo a todos nós aqui, candidatos, à população do DF, que nós possamos sonhar juntos.
Só através de projetos que possam trazer a inclusão, que possam trazer a fraternidade, é que nós alcançaremos tudo aquilo que nós queremos, que é um mundo mais unido. Porque ninguém pode fazer tudo sozinho.
E dizer, com todo meu coração, que nós queremos que todas as nossas crianças, os nossos jovens, que todos tenham as mesmas oportunidades.
Fátima Sousa (Psol): "Infelizmente, todos eles já ocuparam o espaço do poder, já foram governos, ou seus partidos já fizeram parte dos governos. Infelizmente, estamos tratando dos mesmos males, das mesmas dores que a população vem reclamando. Não tem saúde, não tem educação, não tem segurança pública, não tem moradia, não tem transporte, é uma situação caótica. O DF está numa situação de gestão gravíssima. Mas tem cura.
Nós, eu e Keka Bagno, uma assistente social, mulher, negra, que se dedica enormemente a essa cidade, e eu, como gestora pública há mais de 30 anos, recentemente enfrentei uma dificuldade de coordenar a maior universidade dessa cidade, a segunda [maior] unidade da Universidade de Brasília, e deixamos a faculdade com o grau de qualidade que ela merecia.
Vocês têm que saber a diferença, e a diferença hoje posta nestas candidaturas é a minha diferença, e a diferença de Keka Bagno. Inclusive, fala das mulheres, fala de cuidar das mulheres, infelizmente 18 mulheres até agosto foram mortas pelos seus próprios maridos. Os governos, que aqui começaram a falar, fazem de conta que não é com eles, naturalizam.
Por isso, quero dizer que a diferença é minha, é de Keka, para que a gente possa de fato oferecer creche, educação, moradia, segurança pública, firmeza na administração pública, sem corrupção, com participação popular, de fato com a presença do povo governando com todos nós. Isso que é diferença, o resto é falácia."
Rogério Rosso (PSD): "É com muita honra que nós formamos uma chapa de pessoas do bem, ficha limpa, como o nosso vice-governador pastor Egmar Tavares, que dispensa apresentações. Além de um líder religioso, uma pessoa que desenvolve um trabalho social em todo o Distrito Federal.
Como candidatos ao senado, o senador Cristovam Buarque, que defende a educação como bandeira da sua vida. Como outro senador, senador Fernando Marques, um dos maiores empreendedores do Brasil, um gestor qualificado que com certeza vai nos ajudar a trilhar esse caminho necessário para o desenvolvimento, para a retomada do desenvolvimento do Distrito Federal.
Nos últimos meses, com uma equipe qualificada de especialistas em orçamento, em finanças, não só na Câmara mas no governo federal e aqui no governo do Distrito Federal, eu afirmo, olhando aqui e falando para a população do DF, que no dia 1º de janeiro, eu mando a paridade da Polícia Civil com a Polícia Federal, o reajuste das forças de segurança, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, e também vamos dar a terceira parcela de reajuste dos servidores.
Nós temos orçamento acima de R$ 40 bilhões. Se a gente for dividir o orçamento do DF pela população, é um dos maiores orçamentos do Brasil, se não da América Latina. Portanto, recurso tem. O que precisa é exatamente vergonha na cara, coragem e respeito à população."
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