Investigação
Os depoentes negaram favorecimento em licitações para a contratação de decoração natalina
A Comissão de Defesa de Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa ouviu no dia 11 de setembro, três ex-administradores regionais de cidades do DF. Os depoentes negaram ter recebido qualquer tipo de pedido ou pressão por parte do deputado Benedito Domingos (PP), para favorecer empresas de seus filhos em licitações para a contratação de serviços de decoração natalina durante o governo Arruda. O distrital responde a processo por quebra de decoro parlamentar, em virtude de condenação no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
O ex-administrador regional de Sobradinho e atual administrador da Fercal, Alexandre Yanez, foi o primeiro a depor. Ele enfatizou jamais ter recebido sequer um telefonema por parte do parlamentar investigado ou de seus filhos. Disse que a licitação naquela administração foi conduzida apenas pela comissão de licitação, mas admitiu que, naquele caso específico, houve interferência do governo para que a escolha do projeto de decoração fosse conduzida pelas administrações regionais, e não pela Central de Compras, conforme previa a legislação.
Antônio Donizete Andrade, ex-administrador do Gama, também enfatizou que não recebeu pedido de favorecimento às empresas da família de Benedito Domingos. Relatou, contudo, a visita de um servidor da Coordenadoria de Cidades, quem teria apresentado a eles as opções de projetos de decoração a serem analisadas pelos servidores daquela administração, restringindo o processo de escolha.
Também o ex-administrador regional de Águas Claras, Antônio Távora, negou qualquer contato por parte do deputado investigado ou por pessoa ligada a ele. Disse, ainda, que não participou de forma alguma da licitação. Mas denunciou ter encontrado uma estrutura repleta de servidores comissionados na administração, onde "não faltavam propostas de corrupção", tendo ele próprio recusado várias ofertas.
Novos depoimentos
Mais duas testemunhas depuseram na manhã da quinta-feira (18) no processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado distrital Benedito Domingos (PP). As oitivas foram realizadas pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa, que apura suposta participação do distrital em fraudes em licitações para contratação de serviços de decoração natalina durante o governo Arruda, em 2009.
Os ex-administradores regionais José Lopes Lima, do Riacho Fundo I, e João Roberto Castilho, do Cruzeiro, negaram que tenham recebido qualquer pedido do parlamentar em favor das empresas ligadas a seus filhos. Mas Castilho admitiu que teria sido pressionado por um dos filhos de Benedito Domingos, em visita à administração regional, para que a proposta da empresa da família do distrital fosse selecionada para contratação. Castilho, inclusive, relatou ter recebido ameaças que envolveriam o governo.
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