MEIO AMBIENTEATUALIZADO EM 18/1/17 ÀS 22:30

Entenda o racionamento de água no Distrito Federal

O site da Caesb detalha os dias em que cada área será atingida. Veja algumas das principais questões relacionadas ao revezamento

O racionamento de água por sistema de rodízio que será feito em 14 regiões administrativas abastecidas pela Barragem do Descoberto (veja a arte) entrou no terceiro dia e já atingiu parte de Ceilândia, Recanto das Emas, Riacho Fundo II, Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK e Residencial Santa Maria. A rede está em fase de religação e de estabilização do sistema nesses lugares. Nesta quarta-feira (18), a interrupção ocorreu no Gama.
No site da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) é possível ver a ordem do revezamento. Um quadro detalha os dias em que cada área será atingida. As células em vermelho indicam a interrupção; em amarelo, o restabelecimento; e em verde, o fornecimento normal.
Sistemas de abastecimento de água do DF
A partir de 30 de janeiro, a Caesb vai diminuir a pressão da rede nas regiões abastecidas pelo Sistema Torto/Santa Maria (nomes na área amarela da arte). Até lá, a companhia informa que fará testes e regulagens de válvulas na área. Ambas as medidas estão previstas na Resolução nº 20, de novembro de 2016, da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa-DF).

ENTENDA O RACIONAMENTO

Por que o racionamento não é feito em todo o Distrito Federal?
O rodízio só ocorre em regiões abastecidas pelo reservatório da Barragem do Descoberto, que está com o nível de sua capacidade abaixo de 20%. No ano passado, a Caesb fez a redução de pressão e depois, por dez dias, rodízio de abastecimento nas áreas supridas pelos sistemas de águas isoladas (Brazlândia, Sobradinho e Sobradinho II, Planaltina e São Sebastião). Já o reservatório de Santa Maria ainda está com cerca de 40% de seu volume útil. Mesmo assim, serão tomadas medidas no sistema do qual ele faz parte para que haja redução do consumo.

Por que não é aconselhável estocar água neste período?
Segundo a Caesb, estocar água pode aumentar o desperdício. Além disso, caso os recipientes fiquem abertos, tornam-se ambiente propício para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, da febre ckikungunya, do zika vírus e da febre amarela.

Por que é importante manter a caixa d’água limpa?
É necessário verificar a boia, que precisa estar nova e limpa. Sem abastecimento, o volume de água descerá, e, com a caixa vazia e suja, quando a Caesb religar a rede, a sujeira subirá e a água para consumo não terá qualidade.

LEIA T

Quando terminará o rodízio?
A ideia do regime de racionamento é economizar água para manter os níveis do reservatório para o período de seca. Por isso, o governo de Brasília ainda não estabeleceu uma data final.

Quais são os principais motivos da crise hídrica?
A Bacia do Alto Descoberto tem registrado, historicamente, um volume de chuvas de 669 milímetros de setembro a dezembro. No mesmo período do ano passado, esse número não ultrapassou os 520 milímetros. Outro agravante foi o fato de que, nos primeiros nove dias de janeiro, houve volume de chuvas de 5,5 milímetros, que corresponde a 2,27% da média histórica para o mês — 240 milímetros.

O aumento no consumo foi outro ponto determinante para a atual situação hídrica do DF, somado ao baixo investimento em obras estruturantes, principalmente as voltadas para novas captações de água. Nos últimos seis anos, o consumo subiu na ordem de 16% per capita.
O que tem sido feito pelo governo para contornar o problema?
Em novembro de 2016, o governo de Brasília deu início às obras da represa do Bananal, que deve ficar pronta em um ano e levará água para moradores do Plano Piloto, do Cruzeiro e do Lago Norte — 170 mil pessoas. Com capacidade de vazão de 726 litros por segundo, a bacia desafogará o Reservatório de Santa Maria.
Outra obra em curso para dar mais tranquilidade ao abastecimento de Brasília é a construção de sistema de captação e distribuição de água na Barragem de Corumbá 4, próximo a Luziânia (GO). Com investimentos do DF, de Goiás e do governo federal, a previsão é que o reforço fique pronto em 2018.
A Caesb ainda tem um projeto — que está licitado, mas aguarda a liberação de recursos da União para o início das obras — para captar, armazenar, tratar e distribuir água do Lago Paranoá. É o Sistema Paranoá, que atenderá cerca de 600 mil moradores do Paranoá, de São Sebastião, do Lago Norte, de Sobradinho, de Sobradinho II, dos condomínios do Grande Colorado e de Planaltina.
EDIÇÃO: RAQUEL FLORES

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