STJ abre inquérito para apurar
ligação entre governador do
DF e Cachoeira
Porta-voz de Agnelo diz que inquérito vai provar que acusações são falsas.
Em CPI, Agnelo disse que quadrilha planejou a derrubada dele do governo.
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Atendendo pedido do Ministério Público Federal, o ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, determinou na última terça-feira (21) abertura de inquérito sobre o suposto envolvimento do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) com o grupo do contraventor Carlos Augusto da Silva Ramos, o Carlinhos Cachoeira.O porta-voz do governo do Distrito Federal, Ugo Braga, disse para a reportagem do JN que o inquérito vai comprovar que as acusações contra Agnelo são
falsas. O STJ já havia determinado abertura de inquérito contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), também sobre um suposto envolvimento com a quadrilha de Cachoeira. Perillo nega ter relação com o bicheiro. Em depoimento à CPI do Cachoeira, Agnelo disse que o suposto esquema criminoso comandado por Cachoeira tramou a derrubada dele do governo. Acompanhado do advogado Luis Claudio Alcoforado, Agnelo Queiroz afirmou que o governo do Distrito Federal "vem sendo perseguido" pelo crime organizado e que a presença dele na CPI é resultado da "luta política". Do lado de fora da sala da CPI se concentraram grupos pró e contra o governador.
O governador criticou o que chamou de "notícias infundadas" e afirmou que nunca nomeou para cargo no governo nenhum indicado por Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, apontado como chefe de uma quadrilha que explorava o jogo ilegal em Goiás e que também teria interesses em licitações no governo do Distrito Federal."A organização aqui investigada tramou a minha derrubada. E não agiu sozinha. Valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário", declarou Agnelo, ao fazer a leitura de um texto durante o depoimento.
Em maio deste ano,o diretor administrativo-financeiro do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), Milton Martins de Lima, foi afastado do cargo após ser citado em conversas telefônicas do contraventor Carlos Cachoeira, gravadas pela PF.
Em gravação da Polícia Federal sobre negociação para que a construtora Delta assumisse o sistema de bilhetagem eletrônica do DFTrans, Cachoeira cita um servidor do órgão de nome Milton. Segundo a PF, o servidor é Milton Lima Júnior. Lima Júnior nega qualquer relação com integrantes do grupo do bicheiro.
No telefonema, que tem duração de sete minutos e ocorreu em 14 de junho do ano passado, Cachoeira pergunta sobre a bilhetagem eletrônica a um de seus assessores, Gleyb Ferreira da Cruz.
O assessor diz que “Milton aceita” e pergunta se a porcentagem de 50% para cada um no negócio está mantida. Cachoeira pergunta quem é Milton. Gleyb diz que ele é do DFTrans.
O bicheiro sugere a preparação do edital para o sistema de bilhetagem. Gleyb diz que o GDF está precisando do edital com urgência. O bicheiro então recomenda que o contrato seja feito sem licitação, em caráter emergencial. Propõe ainda a contratação da empresa Delta e pergunta quanto receberiam pelo negócio. Gleyb diz que a estimativa era de R$ 60 milhões.
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