Emoção marca adeus a Niemeyer

                Leandro Cipriano, da Agência Brasília

                                        Emoção marca adeus a Niemeyer
Foto: Acacio Pinheiro
Corpo do arquiteto foi recebido pelo governador Agnelo Queiroz, na Base Aérea de Brasília, de onde seguiu em cortejo até o Palácio do Planalto
Os brasilienses deram hoje uma grande demonstração de carinho na despedida ao arquiteto Oscar Niemeyer, falecido quarta-feira, às 21h55, no Rio de Janeiro. O corpo, transportado em avião da Força Aérea Brasileira, chegou por volta das 14h15 à Base Aérea de Brasília, onde foi recebido por familiares e pelo governador Agnelo Queiroz, acompanhado da primeira-dama, Ilza Queiroz, e do vice-governador, Tadeu Filippelli.
 
"É um orgulho enorme para Brasília e seu povo ter recebido tantas obras do Niemeyer. Brasília é um museu a céu aberto, somos a cidade que mais recebeu contribuições desse gênio da arquitetura. Foi com grande honra e emoção que eu, como governador, entreguei a Brasília e ao mundo a última grande obra de Oscar Niemeyer em vida", afirmou Agnelo Queiroz, referindo-se à Torre de TV Digital.
 
O corpo de Oscar Niemeyer desembarcou na Base Aérea de Brasília ao toque de silêncio. Em seguida, recebeu honras fúnebres de um pelotão formado por 70 militares do 6º Comando Aéreo da Aeronáutica. Três salvas de tiros foram disparadas pela guarda fúnebre.
 
Em seguida, o caixão, coberto com a Bandeira Nacional, foi colocado em caminhão do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e partiu em cortejo rumo ao Palácio do Planalto, onde milhares de pessoas aguardavam, em fila que dava voltas na Praça dos Três Poderes, o momento de se despedir do grande arquiteto.
 
Alunos e professores de arquitetura da UnB também foram dar adeus ao mestre. Um dos cartazes carregados pelo grupo estampava a frase "A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem", de autoria de Niemeyer e uma de suas preferidas.
 
Um micro-ônibus, que transportava os familiares, seguiu todo o cortejo. Ao longo do percurso, que incluiu o Aeroporto Internacional de Brasília, o Eixão Sul e a Esplanada dos Ministérios, centenas de brasilienses se despediram emocionadamente do arquiteto e fizeram questão de registrar em imagens o momento histórico. No Eixão Sul, fechado ao tráfego de outros veículos, o caminhão que transportava o corpo de Niemeyer era acompanhado por viaturas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e por um helicóptero.

No Palácio do Planalto, o corpo foi recepcionado pela presidenta Dilma Rousseff e pelo vice-presidente, Michel Temer. Durante 40 minutos, apenas familiares, autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e amigos próximos puderam dar adeus ao arquiteto. Entre elas o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, a primeira-dama, Ilza Queiroz, e o vice-governador, Tadeu Filippelli.

Para reforçar as homenagens prestadas ao arquiteto, pela primeira vez, o Palácio do Planalto autorizou entidade que não pertence à Presidência da República a fazer honras fúnebres. Cadetes e oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do DF ficaram responsáveis pelo transporte e segurança durante todo o cortejo.
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