Final do campeonato brasiliense serve de primeiro teste do Mané Garrincha
Carolina Gonçalves e Marcos Chagas
Repórteres da Agência Brasil
Repórteres da Agência Brasil
O Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, foi inaugurado no último sábado (18) com a decisão do Candangão 2013, campeonato de futebol do Distrito Federal. A Federação Brasiliense de Futebol (FBF) distribuiu 22 mil convites para o evento, o equivalente a pouco menos de um terço da capacidade total do estádio que ainda passa pelos últimos retoques da obra.
O Brasiliense sagrou-se campeão vencendo o Brasília por 3 x 0. Na abertura da festa, a sambista Elza Soares, que foi companheira do jogador de futebol que deu nome à arena, cantou o Hino Nacional.
A disputa entre os times finalistas Brasília e Brasiliense foi considerada tanto pelo governo local quanto pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) como um pré-teste para a Copa das Confederações, em junho, e Copa do Mundo de 2014. O objetivo da Fifa é tentar aproximar, ao máximo, os padrões de organização e segurança dos eventos promovidos pela federação internacional. Mas o grande teste acontecerá no dia 26, quando o Mané Garrincha receberá Santos e Flamengo para um jogo amistoso que teve 73 mil ingressos disponibilizados, dos quais 60 mil já foram vendidos. O número representa a capacidade total do estádio.
No jogo do sábado, somente o setor inferior do estádio deveria ser ocupado. Sem muita interferência da Fifa, coube à FBF a distribuição das credenciais de imprensa e de outros setores, parte da segurança e fornecimento de ingressos aos dois clubes para distribuição aos torcedores.
A torcida Facção Brasiliense teve problemas na entrada do estádio com falsificação de ingressos. Ao mostrar o bilhete para o major Amarante, da Polícia Militar, torcedores foram alertados de que não havia código de barra, número do assento e setor onde ficariam. Segundo ele, essas falhas comprovaram a falsificação. “A gente pegou os ingressos na diretoria do clube. Como pode estar falsificado?”, lamentou Wilbert de Sousa, estudante e torcedor do Brasiliense.
Para alcançar os padrões exigidos pela Fifa, alguns problemas terão que ser solucionados ou, pelo menos, monitorados. Momentos antes da partida de hoje, por exemplo, vários torcedores consumiam bebida alcoólica em excesso, nos arredores do estádio. “Mas foi minha prima que trouxe a gente aqui. Não vamos dirigir. Vamos pegar o busão [gíria para designar ônibus]”, justificou um dos torcedores que não quis se identificar. Um colega, ao lado, contou que o grupo estava bebendo desde o dia anterior.
Dentro do estádio, os bares não venderam bebidas em lata, cumprindo uma das normas de segurança. Basicamente água, refrigerantes e cerveja eram servidos em copos plásticos para evitar que o metal fosse usado em algum ato de violência.
Apesar da segurança, do lado de fora agentes de segurança, policiais militares e funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) não registraram qualquer ocorrência grave até o início da partida, às 16h. Ao redor do estádio seis ambulâncias estavam de prontidão com equipes formadas por um médico, um enfermeiro e um motorista. Dentro do Mané Garrincha, outras quatro equipes foram dispostas para atendimentos de emergência. Os torcedores acompanharam toda a partida com tranquilidade.
O trânsito foi completamente bloqueado nos arredores do estádio, fazendo com que os torcedores caminhassem a pé por mais de 1 quilômetro debaixo de sol. “Vale a pena”, disse Antônio Carlos, que trabalhou nas obras de construção do estádio por um ano e meio. “Quero ver o jogo, mas o que quero ver de verdade é o estádio”, completou.
Na frente do Mané Garrincha, 60 percursionistas do grupo Batala animaram as duas torcidas num aquecimento para a decisão, diminuíram as tensões entre as duas torcidas e algumas pequenas falhas. A falta de informação dentro e fora do estádio, por exemplo, atrapalhou um pouco. Não havia qualquer sinalização sobre os locais de entrada e bilheteria, procurada por torcedores que queriam trocar assentos. Dentro do estádio, os celulares não funcionavam normalmente.
Edição: Fernando Fraga
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